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outubro 17, 2016

MOKAM - IKANS - SENZALAS - XAUORÔS - ATORÔ

    Quando falamos do uso destas indumentarias, mokam, ikam, xauorôs, atorôs e senzalas que, ( em algumas casas são conhecidas como escravas) precisamos retornar ao momento em que elas são confeccionadas e que nos leva aos rituais de iniciação dentro da camarinha.

     Estas indumentárias que fazem parte dos paramentos de uma muzenza(yaô), estão relacionadas com sua condição de novo recém nascido mas, também estão intimamente ligados aos rituais do corpo e determinadas Divindades, os quais rituais Divindades e indumentarias serão mencionados ao longo do texto.




 O Corpo do noviço o novo iniciado, será preparado para ser um altar vivo, onde a Divindade será incorporada aos poucos por vários rituais que ao longo do período da iniciação serão feitos, não somente a retirada do mukunãn em si concretiza a iniciação, mas uma serie de outros momentos rituais que Inkisse(Orixá) Muzenza(Yaô), deverão passar para que de fato concretize uma iniciação completa.

     Os rituais do Corpo do iniciante são indispensáveis para que ocorra a "fusão" do iniciado com o Orixá e do Orixá e o iniciado de modo que quando invocado o Orixá possa se manifestar completamente.
    Esses rituais serão percebidos pelos olhos experientes dos Pais e Mães de santo, quando a Muzenza (Iyaô) se apresentar na sala em movimentos de expressão corporal nas danças rituais chamadas saídas de muzenza.

    Essas indumentárias símbolos dos recém iniciados são confeccionadas com materiais como palha da costa, búzios, miçangas e determinadas ervas apropriadas para que elas possam exercer os seus significados e propósitos.
    
    A simbologia fundamental desses objetos é de proteção do corpo que foi preparado por rituais específicos de purificação, para a incorporação do Inkisse (Orixá) que é sagrado (Santo).
E o que é Santo é puro e o corpo "Altar vivo" deve estar purificado para que o Ngunso, força do orixá individualizado será "fixado" através do kutunda (adoxe).



    A palha da costa tem significado simbólico e fundamental, e  é própria para confeccionar esses objetos por quê, além de pertencer a família Kavungo e ser de uso constante nos vários fundamentos de Santo é  também representação ancestral e de proteção.
Kavungo(Omolu/Obaluayê), é o Inkisse/Orixá que usa abundantemente a palha da costa, por vários fundamentos que a palha representa.


  O Mokãm é confeccionado com palha da costa trançada, e unindo as pontas da trança, nós teremos um circulo que é simbolo de continuidade. É colocado nesse circulo duas vassourinhas também confeccionadas de palha da costa.
Essas "vassourinhas" simbolizando o varrer o afastar da Morte, são símbolos de Zumba(Nanãn) o Inkisse/Orixá que detém o Ngunso/força da Divindade Iku. Antiga Divindade que faz parte dos fundamentos de restituição. 
    Posicionadas de forma que fiquem uma para trás e outra para frente. As " vassourinhas" são para que o recém iniciado, não vá de encontro com Iku e para que Iku não o apanhe pelas costas, pois  o recém iniciado estará simbolicamente em uma tênue linha entre vida e morte no seu processo de iniciação, e Iku estará sempre a espreita. 
    O Mokãm tradicionalmente é adornado com miçangas nas cores do Inkisse/Orixá para quem o iniciante será feito e também com búzios símbolo de ancestralidade riqueza e abundancia.
O Mokãm é de uso constante do recém iniciado durante todo o longo período da iniciação e o acompanhará até que se feche o ciclo da iniciação que ocorrerá na obrigação de um ano.
Em algumas casas o costume do uso do Mokãm é até a obrigação de três anos. 


Os tradicionais Contra Eguns, que são chamados de Ikãm, possui um significado obvio ao nome, é para que os chamados "Eguns" não se aproximem do novo iniciado, e não é apenas de uso somente para os noviços, mas a todo momento que se faz necessário o seu uso.

As Senzalas/Escravas, são braceletes também confeccionadas de palha da costa adornadas com búzios e miçangas, colocadas sobre os Ikãns/Contra Eguns de sete, nove, quatorze e até vinte e uma voltas nos braços dos noviços. Servem para que os ancestrais de direita e de esquerda do noviço possam protege-lo, de possíveis energias negativas durante as sua apresentações na sala.
De acordo com a disposição dos búzios indica Santo Masculino e ou Feminino.




O Atorô, também conhecido como umbigueira, é fundamental para equilibrar as energias que sobem dos pés em contato constante com o chão e as energias que vem do Duilo/Orum, céu.
Possui um fundamento bem complexo ligado a ancestralidade, ao Ikisse Angorô/Oxumarê.




Os Xauorôs/Guizos são presos em uma trança de palha da costa, em pares. Seu significado tem muita relação com Iku e com o material com o qual é forjado.
No interior do guizo tem ou deveria ter pedaços de aço inoxidável, metal que possui baixíssima corrosão, símbolo de Kisila tabú para Egum.

   


 O Atorô, Ikam e Xaurôs, são usados durante  o período de iniciação e acompanhará o noviço por três meses pós recolhimento, quando são retirados na quebra de Kelê.



A BENÇÃO A TODOS OS FUTUROS E RECÉM INICIADOS, POIS VOCÊS SÃO O FUTURO DOS MAIS VELHOS.

                                 RESPEITOS A TODOS





2 comentários:

Kaxinhu disse...

Parabéns pelo texto. Perfeito.

Anônimo disse...

Muito obrigada pela explicação. Axé