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maio 09, 2016

TIRRINAS - CABAÇAS - PANELAS DE BARRO - ALGUIDARES - GAMELAS - CONTINENTES E CONTEÚDOS

    Simbolicamente a terra é uma cabaça, inteira que quando sancionada, dividida em seu cumprimento em partes iguais representam dois lados feminino e masculino.





    A parte superior simboliza o céu(orum), o espaço sagrado que contém todos as divindades e entidades. É o lado invisível que não podemos ver nem tocar mas sentir. Onde Olorum(Zambi), é o criador e Divindade máxima. A cor que simboliza o mundo espiritual é o branco, símbolo do masculino e do feminino sagrado. Nenhum ser que encarnado na matéria pode tocar, mas sim ser tocado por Ele. O branco é o símbolo do orum, imaculado.


    A parte inferior simboliza a terra Mãe o lado feminino o grande útero, que contem toda a vida material, cujo poder de gerar vidas é extremamente importante, e sem esse poder nada pode ser ou existir, onde as mães ancestrais tem o seu poder máximo. A cor que representa a terra, a cabaça "inferior" é o preto e o vermelho. Cores que simboliza o que está oculto, o que é secreto, e de grande poder de expansão e crescimento. Toda a vida material é dependente desse axé, que realiza a vida e ao mesmo tempo a morte a restituição ao grande útero.




    Em nossa Religião e muitas outras existem vários objetos que representam simbolicamente as duas cabaças que são parte de uma única, e que tem a mesma importância e poder.

    Dentre muitos objetos que compõem os assentamentos das Divindades e entidades, vamos falar de cada uma delas separadamente para melhor entendimento e compreensão. 

    A  cabaça/tirrina/panelas de barro/gamelas, são símbolos da grande cabaça, que representam Orum/Ayê, céu e terra. Compondo um ibá(assentamento), contem simbolicamente elementos que fazem parte de seu conteúdo de acordo com a Divindade a ser ali representada.

     Há vários objetos(benguê) contidos dentro delas, mas o Otá pedra fundamental é comum a todas, e também de acordo com a Divindade a ser cultuada.

    A tampa, a parte superior destes objetos, representa o Orum(céu), e a parte de baixo panela/tirinas/cabaças e gamelas, representam o Ayê(terra).





    Os assentamentos que Simbolizam Oxalá, as Yabás e Xangô, possuem simbolicamente esses objetos, sejam tirrinas com tampa ou gamelas.

    Já os orixás Exu, Ogum, Oxossi, Ossanhe, Tempo e Logum, seus assentamentos são em alguidares, que representam a parte inferior da cabaça, são Divindades que seu poder de realização esta vinculado a terra o Grande Útero. Mas os conteúdos de seus assentamentos em alguidares tem em comum o Otá a pedra fundamental, que representa o Divindade a ser ali Cultuada.





    Todos estes objetos; panelas de barro/tirrinas/cabaças, gamelas e alguidares, fazendo parte de um um assentamento(ibá), contem em comum o otá a pedra fundamental.

    O otá não é, um pedaço de pedra, mas sim um objeto completo, que de acordo com a Divindade a ser cultuada, este Otá tem um lugar especifico na natureza para ser colhido, e fundamentos próprios para sacralizá-los.

    Os Otás representam um axé ancestral que está ali dentro, para ser acordado despertado através do ritual.


    O otá, dentro dos assentamentos que os cotem, representam uma vida, e que deve ser mantida e alimentada.
Determinados líquidos, fluídos e fundamentos tem o axé necessário pra mante-las vivas.

    Quando vamos reunir objetos para compor o assentamento de Todas as divindades e Entidades esses conhecimentos devem ser observados cuidadosamente para não corrermos o risco de pensar que estamos assentando uma determinada Divindade e estarmos assentando outra.





         "SOMOS PARTES DE UMA MESMA CABAÇA"



maio 04, 2016

OBA - KARAMOCE - O ORIXÁ DO MOVIMENTO DAS ÁGUAS.

    Obá, a deusa guerreira que é conhecida como Orixá bélico, senhora das armas, implacável senhora que habita as águas agitadas, dos rios, cachoeira e mares. 
Muitos dizem que este Orixá é uma mistura(pajubá/milonga), de vários outros Orixás. É o único Orixá feminino que carrega um escudo redondo símbolo do feminino.
      Este orixá é conhecida no Angola como,  Karamoce e como Orixá Yorubano tem fundamentos muito restritos e quase desconhecido assim como Karamoce no Angola.
Esse Orixá muito confundido com as outras Yabás, é um Orixá único de fundamentos próprios.






Outros dizem que Obá é o lado feminino de Xangô(Zazi).
Obá(Karamoce) é o Orixá que representa a coletivamente do poder ancestral feminino.
E Xangô(Zazi), é a representação coletiva de todos os ancestrais masculino.
Talvez seja por isso que Obá e Xangô, sejam confundido como se um fosse o lado masculino/feminino um do outro.

Obá se paramenta com espada, escudo, odé mata e coroa com filá. 
Suas cores é a cor abóbora e suas tonalidades. 
Se mais claro se aproxima do amarelo de Oxum(Dandalunda). 
Se mais escuro se aproxima do vermelho de Inhasãn(Matamba).
Por usar o odé mata a aproximam de Oxossi(Mutacalambo).
O metal para suas ferramentas é o bronze, que é a mistura do cobre com o metal amarelo.
Diante destas características que Obá se apresenta fica mesmo difícil não confundi-la com outros Orixás.

Obá(Karamoce), rege o ciclo de expulsão  menstrual, axé que hoje em dia foi agregado aos fundamentos de Oxum(Dandalunda).
Por ser um Orixá(Inkissi) que simboliza o axé ancestral feminino, expulsar o sangue morto sem vida do ciclo menstrual, é tornar o útero limpo de impurezas para que esteja pronto para gerar vidas, que é o maior axé feminino.

Uma de suas cantigas fala claramente sobre isso.

bodô, bodô ajé mi sobá, ejé omi orô.
bodô, bodô aje mi sobá, ejé omi orô.
obáim, xorô ejé omi orô.
obáim, xorô ejé omi orô.



Obá é o vigor físico feminino, o poder ancestral transformador, está em seu axé, dar continuidade a gestação, tornando o corpo da mãe forte para que possa gerar e no momento certo impulsionar os músculos para expulsar o filho para fora.
Mãe que impulsiona seus filhos pra frente para o progresso.

Obá é o orixá que mantem o movimento constante das águas doce.
Sua saudação é:
Obá xirê omi   -    Rainha que movimenta as águas.


Os assentamentos de Obá(Karamoce) são feitos em gamelas redondas de madeira podem conter ou não pratos de cobre e ou louça branca com tirina para conter seus axés.
Seu otá, pedra fundamental é colhido em  algum ponto do rio onde as águas se apresentam com maior movimento.








As enchentes, o fenômeno das pororocas dos rios são domínio deste Orixá, quando as águas do rio transbordam, é com este movimento, que Obá(Karamoce) limpa os rios e seus leitos deixando-o pronta e renovado para gerar vidas, é como a expulsão do sangue menstrual.




POROROCAS


                                         OBÁ XIRÊ OMI.






maio 02, 2016

OYÁ - INHASÃN - MATAMBA

Talvez Inhasãn seja uma dos orixás mais adorados do candomblé.

    É um orixá ligado ao movimento, a terra, ao ar, ao fogo e a água.
Esta ligada aos quatro elementos.
É um orixá que quando se manifesta, encanta a todos.
Tem fundamentos com todos os orixás.
Para muitos é orixá dos ventos calmos ou tempestuosos.
Está estritamente ligada a morte e aos ancestrais.
Ela Inhasãn em sua forma de vento, pode tocar tudo, esta presente nas águas, nas matas, na terra, no fogo.

No culto da divindade Egungum é adorada, como a rainha de todos Eles.
Para os sacerdotes deste culto Ela é muito mais que uma rainha, é o axé primordial do culto a Egungum, pois nesse culto Egungum é o próprio vento.





É Ela que, transporta o ar Emi, soprado por Olorum para dar vida aos seres vivos, e o leva de volta a Olorum quando essa vida se desfaz. 
Uma cantiga fala exatamente sobre isso.

" Oyá, Oyá, oia ê,
Oya Matamba de Cacurucai, 
Oyá zinguê.
Oyá, Oyá, oia ê,
Oya Matamba de Cacurucai, 
Oyá zinguê ô"

Entendimento:  "Senhora do vento de oxalá,                                                                 que chega cedo ao amanhecer
                    Ô senhora, não chegue cedo para mim."
                      (Que a morte não nos chegue cedo)

                 Oyá=senhora
                 cacurucai=Oxalá 
                  zinguê=amanhecer, de manhã     
                  matamba=vento(Emì)

                                     
A palavra Emì/Emí tem dois significados, tanto pode ser Emì, alma sentimento como Emí, hálito divino.
Quando se trata de Emí, o Hálito de Olorum, que representa a parte de vida que Olorum nos deus para sermos seres viventes e animados ou seja nosso Próprio Orixá, Ela Oyá o transporta diretamente a Olorum.






Mas quando se trata do Emì, alma sentimento, esse Emì fica na matéria como um todo, quer dizer na terra entre seus ancestrais familiares, é o que chamamos de antepassados.

Todos esses "Emì" de todos os antepassados que já morreram desde o primeiro antepassado do homem até nos dias de hoje, formam a grande massa que nós conhecemos como vento que Oyá governa.
Por isso no culto Egungum, o vento é considerado Egum.
Inhasãn dona do movimento, transporta todos os Eguns.

No axexé ou mucondo, quando a alma(Emí) de um antepassado é invocado, é Inhasãn que o traz, e Omolu(kavungo) o faz manifestar sem o odor do corpo apodrecido , pois o local ficaria com cheiro insuportável.
Quando é terminado o axexé, se faz um sacudimento de folhas, para movimentar o ar para que Inhasãn possa levar de volta o egum(Emí).
Esse movimento de bater folhas assim como varrer tem o significado de limpeza, simbolicamente, movimentando o ar(vento), e afastando energias negativas.






                                "EPAHREI OYÁ"



ACAÇÁ

     O acaçá é um alimento que desperta muita curiosidade e interesse para as pessoas que procuram o conhecimento dos fundamentos dos orixás.

      É um alimento cheio de mistérios como todas as comidas de santo, mas trás em si um dos simbolismo mais profundo para a religião dos orixás.

     Alimento que nunca pode faltar em fundamentos que exige sacralização animal.
É símbolo de individualização e coletividade, dentre suas múltiplas funções.
Para entendermos melhor seu fundamento, precisamos rever algumas coisas, que envolvem; Exu (Pambonijila), Nanã(Zumba) e Oxalá(Lembaranganga), que são a base da existência individualizada, e principio dinâmico da vida material.




     O acaçá representa uma vida, tanto material quanto espiritual.
Para se fazer esse alimento é necessário a farinha de acaçá(canjica branca moída ou triturada), água, fogo e folha de bananeira devidamente preparada(passada no fogo para amolecer e ficar mais fácil para manuseio) eu chamo esse ato de quebra de quizila da folha de bananeira, afinal a bananeira é uma planta onde muitas entidades gostam de habitar e nem sempre são entidades positivas,a folha pode estar com alguma energia negativa, e sendo assim passada no fogo queimará essas possíveis energias e a tornará própria para a utilização.




     A folha de bananeira envolta em uma porção da massa do acaçá, representa o corpo, a sua cor verde(sangue preto vegetal).
A porção da massa dentro da folha, representa a vida do corpo a força ancestral divinizada e individualizada ou se queiram parte de Olorum o ser supremo o sopro da vida.
O acaçá branco é sangue branco vegetal, é ofertado a todas os orixás femininos, a Oxalá, aos ancestrais, a Ori e a todas as Entidades e Divindades que exigem em seus fundamentos o Branco. 

     O acaçá vermelho, preparado com a farinha de milho vermelho ou o fubá acrescido ou não de sal grosso e dendê, tem os mesmos preceitos e fundamentos do acaçá branco, representa o axé ancestral feminino
Esse acaçá é oferta para todos os Orixás masculinos, embora hoje em dia se usa mais o acaçá branco pra todos os orixás, e reservam esse somente para Exu.





     As cores e formas fazem parte do simbolismo dos fundamentos dos Orixás.
O acaçá branco geralmente é enrolado na folha de bananeira para dar o formato de uma pirâmide, com base quadrada ou retangular, simbolizando os pontos cardeais, norte/sul e leste/oeste, em outras palavras força de expansão tendendo para cima, para o alto como símbolo de elevação e crescimento.
Se modelado bem, podemos ver que são quatro triângulos que formam uma pirâmide, que voltado para cima é símbolo do masculino.




     O acaçá vermelho também enrolado em folha de bananeira, em forma de uma pirâmide truncada sem ponta. É axé feminino que seu formato lembra uma vulva(mapôa).

     As diferenças entre esses alimentos(acaçás) já não são mais observadas com frequência, mas deveriam ser, porque, fazem parte do rico simbolismo que esta presente e todos  os fundamentos dos Santos e que deveriam ser observados.