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abril 12, 2017

O SACRIFÍCIO ANIMAL DO NOSSO DIA A DIA


     Entender a sacralização animal, é essencial para o equilíbrio do Ngunso(axé) de uma casa de Santo.

               O QUE É O SACRIFÍCIO ANIMAL?

    Quando falamos sobre este assunto, nossos pensamentos se voltam para os; karambôro(frango), a sanji(galinha), os engure(caprinos) e o dienbê(pombo), que normalmente são os mais sacralizados em fundamentos de Santo.

               Mais o que realmente é o sacrifício animal?

    " Será que, uma muzenza(yaô), ao passar por uma iniciação de vinte e um dias não seria um sacrifício" ?

     " Será que, um Tata ou Mam´etu de Inkisse, ao dedicar sua vida a cuidar e selar de uma casa de Santo, não é um sacrifício" ?

     " Será que todos os filhos de Santo, ao dedicarem seu tempo disponível para o Santo, não é um sacrifício"?

      " Será que, o sacrifício animal é exclusivamente imolar um animal, tirar-lhe a vida"?

      "Viver e crer o Candomblé, não seria um grande sacrifício"?

     Nós "seres humanos" também não somos animais, também não somos sacrificados em função do "outro" todos os dias.

      Há Pais que digam, que se sacrificar pelos filhos, é um prazer e uma obrigação gratificante. Eu mesmo sinto isto.

      Há profissionais que dizem, que se sacrificar pela carreira/profissão e prazeroso.

     Há Pais e Mães de Santo que dizem, não ser sacrifício algum dedicar toda a vida ao Candomblé. 

     E nós não vivemos em sacrifício constante pelo "Outro".
E isso não é um sentido de comunidade, lutar(sacrificar-se), pelos interesses de todos.

    Segundo a tradição católica mais presente no nosso País, Deus não mandou seu próprio filho como ser humano(animal), para ser sacrificado pelo seu povo?

     Bem, existem vários tipos de sacrifícios a que nós nos submetemos todos os dias. Depois de cada sacrifício que fazemos dia a dia, não nos sentimos satisfeitos, realizados em paz conosco?

     Então sacrifício não é um ato cruel maléfico, se assim fosse a humanidade não teria chegado ao estágio de evolução que temos hoje, e isso graças ao sacrifício de cada um desde o inicio dos tempos.

      Devemos entender que nós não somos totalmente independentes um do outro. E quando digo um do outro falo de nós seres animais racionais ou não, convivendo lado a lado com a natureza como um todo.

     O mundo é composto de seres vivos animados ou não, racionais ou não e estamos todos ligados e dependentes um do outro.

     Nós que vivemos o Candomblé temos consciência de que, não somos sós no mundo mas fazemos parte de um todo e estamos diretamente ou indiretamente ligados uns aos outros e toda a natureza onde habita forças naturais e cósmicas que nos mantem vivos.

     O candomblé é uma religião de sacralização a natureza, tudo o que fazemos em nossos rituais é em homenagem e agradecimento a natureza e suas forças. Quando processamos a iniciação individual de um determinado Inkisse(Orixá) em um Mutuê(ori), nada mais é do que equilibrar parte da natureza que está no mutu(corpo) do filho, para que ele conheça qual parte da natureza da qual foi gerado, para que a pessoa possa aprender a respeitar a natureza como um todo e sua parte individualizada em si mesmo, desta forma harmônica com a natureza contida em seu corpo, essa pessoa terá uma vida plena, aprendendo a realçar suas qualidades e equilibrar seus defeitos, em prol de si mesmo e em expansão com o mundo. 

                             NGUNSO E GUNSO A TODOS  !!!!