Sempre fui fiel as minhas origens no santo, jamais abandonei minha raiz. Aos 9 anos de iniciado, recebi meu deka das mãos dos meus pais de santo, que são muito orgulhosos de mim, agente percebe isso nas atitudes deles em relação a mim, principalmente quando eles veem em minha casa de santo. Ah! esqueci de dizer que agora eu também sou pai, vou contar como aconteceu........................
Recebi meu Loyê/Cuia (deka) em janeiro/99, mas no ano seguinte começaram os fundamentos de assentamento para dar inicio a ' CASA WÀÁNA KAVUNGO', dedicada a família kavungo.
Desde quando fui iniciado, o santo já tinha dito que no futuro eu teria que "abrir casa"..........poucos são escolhidos para tão grandiosa tarefa, a de transmitir: o axé; fundamentos ancestrais; manter viva a religião; e principalmente orientar, iniciar, guiar e manter viva a relação "Santo e Comunidade", qual relação deve ser mantida em equilíbrio, pois todos os grandes e pequenos que hoje estão no candomblé, começaram ali na assistência de alguma casa de santo, a assistência ou "abanto", elo de ligação terreiro/comunidade, domínio de Muvulutango (exu).
Como elo de ligação e comunicação com o que esta externo, Pambo njila , um dos vários caminhos de "Exu", nos ensina uma das muitas formas de evolução, a sabedoria de saber usar a fala, instrumento de comunicação eficaz, simbolizado pela língua e movimentos do corpo, dizem que "Quem não se comunica se trumbica", ditado popular antigo, talvez quem criou esse ditado conhecia bem a sabedoria de "Exu", e subentendido nos ensina que comunicação é uma poderosa arma, uma das varias ferramentas para evolução.
Makota Canbatuê e Kivonda Menê, jan/2008
Primeiro barco de iniciação de Sacerdotes da casa Wàána Kavungo.